sexta-feira, 3 de maio de 2013

O leilão pariu uma ninharia





O leilão pariu uma ninharia para os consumidores que se inscreveram na corrida pela poupança na factura da electricidade promovida pela sempre insuspeita Deco, saindo mais uma vez reforçado um conjunto de evidências elucidativas sobre o estado a que chegou o supostamente liberalizado mercado da energia:

- A liberalização é um mito, confirmando-se a existência de um mercado naturalmente monopolista (pelo menos enquanto a rede de BT permanecer nas mãos da EDP);

- A Deco assumiu a sua verdadeira faceta de empresa com fito no lucronão redistributivo, sob a fachada da defesa do consumidor;

- O modelo de agregação dos consumidores funciona e constitui a melhor das vias para defender a procura enquanto garantia do equílibrio de mercados vitais tendencialmente monopolizados;

- A EDP não está interessada em reduzir os seus pornográficos lucros no mercado nacional. Ao contrário do que proclama Mexia, Portugal e o seu mercado condicionado mas não regulado representam a fatia de leão dos seus proveitos, o que conduziria a todo um conjunto de elucidações sobre as privatizações da REN e da EDP;

- O despacho de Gaspar continua em pleno vigor e nem a Autoridade da Concorrência escapa aos seus desígnios de paralisação do Estadopor via da austeridade desmedida: os seus funcionários estavam certamente ocupados com a limpeza das latrinas para terem deixado passar em claro o boicote à iniciativa que a eléctrica perpetrou em conjunto com a sua accionista Iberdrola;
 

- O escorraçado Henrique Gomes merecia uma estátua em frente à sede da EDP pela sua luta contra os interesses instalados num sector de importância vital para a economia, já de si sofredor de um retrocesso de décadas em apenas dois anos de desgoverno também nesta matéria.